SEDE
Em Portugal existem apenas três Sociedades Filarmónicas com o nome Incrível. Para além da Sociedade Filarmónica Incrível Aldeia Grandense existem apenas mais duas e não se sabe ao certo de onde advém o nome mas pensa-se que tem a ver com os locais de passagem do fundador da banda.
A banda da Sociedade Filarmónica Incrível Aldeia Grandense foi fundada a 5 de Agosto de 1895 pelo Sr. Luís Clemente. Luís Clemente trabalhava em Lisboa como pedreiro e foi aqui, que, juntamente com uns amigos começou a aprender música, para a qual tinha muita vocação, vocação que posteriormente, viria a transmitir a alguns Aldeiagrandenses.
Por força de tudo isso, o gosto pela música nasceu no lugar de Aldeia Grande, criando-se então, um conjunto musical que ensaiava em casas particulares, a maior parte do tempo na casa de José Sousa, depois pertença de Amaro Rodrigues. Ensaiavam também, gratuitamente, na casa de António José Matias (Artilheiro). Assim nasceu então a Sociedade Filarmónica Incrível Aldeia Grandense, paralelamente com a sua banda de música, sendo esta a única razão da existência daquela.
Tem edifício próprio a actual sede e foi construída, fruto da carolice das gentes locais em 1976, num terreno de uma casa em ruínas, pertencente a Raul Teodoro, cuja compra foi feita pela direcção. A sede era para ser construída numas casas concernentes a Caetano dos Santos, comerciante e figura bastante conhecida no concelho e cidade de Torres Vedras, casas que havia doado à Sociedade. Na altura, verificou-se que a sede ficaria melhor no local onde efectivamente foi construída e, da casa pertencente a Caetano dos Santos, em ruínas, fez-se um largo que tem o seu nome, substituindo assim a rua existente. O largo ficaria estabelecido em frente da sede e nele foi construído um coreto que é propriedade da Sociedade.
É de salientar e justamente dito que a construção da sede teve várias ajudas, principalmente da população local que nunca regateou esforços para a sua feitura. A sede tem rés-do-chão e primeiro andar. Tem bar, cozinha, sala reservada a sócios, salão de festas com palco e camarins, sala de biblioteca (actualmente é a sala da direcção), gabinete da direcção (actualmente é uma sala de jogos), sanitários e arrecadação.
São relevantes, para o historial do edifício da SFIA, as pessoas que para ela doaram terreno. São elas: Senhor Caetano dos Santos, como já foi referido e José de Matos e esposa Alexandrina Matos que doaram algum espaço aéreo, espaço este que permitiu o aumento do 1º andar da Sociedade.
Actualmente, é unida por cerca de 450 sócios, pagando anualmente uma quotização. Para além desse dinheiro, a agremiação consegue obter mais alguns dividendos através de eventos que organiza, como sejam, entre outros: torneios de futsal, snooker, e sueca; sessões de teatro, danças de salão, bailes, fados, karaok e música ao vivo; festas de natal e anuais em honra dos santos Sebastião e Divino Espírito Santo (último fim-de-semana de Julho) e São Martinho (em Novembro); dia de Reis; concerto de Páscoa; Mês da Música em Outubro. Actividade permanente do bar é essencial para manter as contas em dia.
Os apoios recebidos, provém essencialmente da Câmara Municipal de Torres Vedras, da Junta de Freguesia do Maxial, do Governo Civil de Lisboa (em tempos), do Inatel (do qual é associada), da associação Federativa Portuguesa (da qual também é sócia) e de algumas empresas patrocinadoras.
Presentemente, os corpos sociais são dirigidos por:
-Assembleia Geral – Augusto Oliveira Aniceto (presidente), José Manuel Lino da Silva (vice-presidente), Rita Aniceto (relator).
- Direcção – Vítor Marques (presidente), Carlos Gomes (vice-presidente), Gilberto Santos (tesoureiro), Mário Fernando (vice-tesoureiro), Ana Lourenço (1º Secretário), João Pedro Damil (2º Secretário), Celestino Silva, Luís Coelho, Paulo Lopes, Luís Teodoro, Rogério Dias e Marco Pedro (vogais).
- Conselho Fiscal – Evaristo Marques (presidente), Nelson Aniceto (vice-presidente), Ricardo Damil (relator), José Aníbal Lopes (elemento substituto).
A sede é também utilizada pelas crianças do Jardim de Infância, da escola básica do 1º ciclo e pelos idosos. Para a prática das suas actividades, nomeadamente a ginástica.
BANDA
Durante a sua longa existência esta colectividade tem vivido algumas dificuldades, como não poderia deixar de ser. Porém da sua banda saíram ao durável dos tempos bons executantes, tendo alguns deles vindo a ingressar em Bandas das Forças Armadas Portuguesas. O maior caso de sucesso desta banda foi o Sr. Joaquim Clemente filho do fundador, Maestro que organizou a sinfónica do corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa em 1925, emigrou para a América do Sul onde dirigiu as maiores Orquestras e Fundou a primeira Orquestra Feminina da Argentina.
Durante o seu historial, esta Banda Filarmónica abrilhantou muitos arraiais, concertos, desfiles, participou na gravação do filme “Quando o Diabo Desceu à Cidade” e na novela “Filhos do Vento”. É portadora dos mais variados diplomas e troféus. Foi-lhe atribuída em 1989 a medalha de Mérito grau Prata e em 1995 a Medalha grau Ouro pela Câmara Municipal de Torres Vedras, é uma instituição de utilidade pública (diário da república n.º 24 de 29.1.2001).
Concretiza, portanto, este ano 114 anos de existência. É seu actual Maestro o Sargento-ajudante José Manuel Lino da Silva, de 44 anos, natural desta mesma localidade.
O gosto pela música, criando uma aula para ministrar lições dessa especialidade, foi objectivo inaugural justificado nos estatutos datados de 1936 para a criação da SFIA. Estatutos esses que foram depois reformulados em 1997, sendo-lhes então acrescentado outro tipo de objectivos, particularmente: promover e desenvolver actividades de carácter recreativo, desportivo e cultural, assim como a formação social dos seus associados e do povo em geral, com visão ao desenvolvimento harmonioso da sua personalidade.
Actualmente, é constituída por cerca de 37 elementos de ambos os sexos e de várias idades. Os ensaios da banda decorrem às quartas e sextas-feiras. A escola de música apresenta cerca de 15 alunos e as aulas musicais acontecem aos sábados de manhã e quartas à tarde com os formadores José Manuel Lino da Silva, Manuel Babo e Daniel Rui Batista.
OS PRINCIPAIS MARCOS HISTÓRICOS DA BANDA DA SFIA
O centenário da banda em 5-8-1995, onde estiveram presentes as bandas da Sociedade Filarmónica Ermegeirense, dos Bombeiros voluntários de Torres Vedras, do centro cultural trabalho da Ribaldeira e da casa do Povo dos Campelos, e realizaram uma actuação musical de cerca de 2 horas. Também estiveram presentes representantes de todas as colectividades da Freguesia, Câmara Municipal, Junta de Freguesia e Governo Civil.
Fruto da originalidade do nome “Incrível”, o qual não se sabe ao certo de onde advém mas pensa-se que tem a ver com os locais de passagem do fundador da banda, Senhor Luís Clemente. Realizamos o 2º encontro nacional das Filarmónicas Incríveis com a presença das Bandas Incríveis Aldeiagrandense (1895), Almadense (1884) e Pontevelense (1904).
Em finais de 2001 uns amigos emigrantes na Suiça dão os primeiros passos para a deslocação da nossa banda a esse País e consegue um convite da Fanfarre Municipal de Nyon, Mont-sur-Rolle, para a participação da banda no “Giron de la Musique” (evento nacional em que participam 10 bandas suíças).
Com muito esforço da direcção e alguns apoios das entidades oficiais a deslocação à Suiça realizou-se de 1 a 8 de Maio de 2002. A viagem de autocarro foi longa e extenuante mas à chegada a Nyon, o carinho e a amizade com que os nossos amigos emigrantes nos acolheram logo tudo fez esquecer.
Realçando os aspectos musicais, a banda da SFIA realizou concertos em Genéve (Eglise Ste Clotilde), em Gland (clube Lusitano), em Gingins (Fête des Néves) e o ponto alto musical o “Giron de la Musique” em Mont-sur-Rolle no qual a banda alcançou um honroso 2º lugar entre as 10 bandas suíças presentes. Este concurso foi composto por uma peça tocada na catedral, desfile e concerto. O evento terminou com os cerca de 400 músicos a tocarem uma peça conjunta.